Tuesday, April 16, 2013

Mudando minha forma de trabalhar com línguas estrangeiras

Uma coisa que sempre me incomodou é o fato de os alunos irem para as aulas e ficarem sentados ouvindo os professores. Além de ouvir, eles repetem, fazem exercícios, leem e marcam respostas no livro. Espera-se que façam os exercícios dos livros de exercício e pronto, parece que estão aprendendo a língua.

Só parece mesmo, mas muitas vezes eles não estão realmente aprendendo. Eles até podem tirar boas notas nas provas, mas isso também não é garantia de aprendizagem. Quando os alunos precisam usar a língua estrangeira fora de sala de aula, infelizmente muitas vezes não conseguem.

O que podemos fazer então para que nossos alunos aprendam a língua eficazmente?

Vejamos algumas sugestões:

- É importante que o aluno saiba que ele é o maior responsável por sua própria aprendizagem. O professor tem que deixar claro que o aluno deve ter contato com a língua diariamente através de diversos tipos de textos orais e escritos (músicas, vídeos, artigos de revistas, blogs, podcasts, jornais, bate-papo, etc) com assuntos de sua preferência. Devemos alertá-lo dizendo que ele não vai aprender o idioma apenas durante as aulas.

- Se as aulas são expositivas com explicações de todas as formas, os alunos não precisam fazer muito esforço mental para entender e aprender. Que tal mudar isso fazendo algumas perguntas como sugere o Prensky (2010) e ajudar o aluno a encontrar as respostas usando diferentes fontes? Eles podem usar livros, dicionários, celulares com internet, tablets, laptops, computadores, além de perguntar para seus colegas e professores?

Compartilho com vocês o que fiz hoje nas minhas aulas do 2o nível de inglês dos Cursos Livres.

Ao invés de eu ir para o quadro e ensinar o conteúdo como normalmente eu fazia - e os alunos só ficavam me olhando e às vezes deviam estar pensando em outras coisas enquanto eu explicava - resolvi fazer diferente, seguindo as sugestões que estou lendo no livro Teaching Digital Natives do Marc Prensky. Meus alunos tinham que descobrir como podemos concordar em inglês e a falar mais sobre os bairros deles. Eu lhes disse que poderiam trabalhar em duplas, trios, sozinhos, e que poderiam usar o próprio livro, os celulares, tablets e o computador ligado à internet que fica na mesa do professor.

Enquanto eles estavam estudando e aprendendo, eu e meus monitores Sidney para a turma das 8 da manhã e Jouberth para a turma das 9:20 ficamos circulando na sala e ajudando quando éramos solicitados. Ficamos muito felizes ao ver todos os alunos trabalhando, estudando, compartilhando, pesquisando, conversando, usando celulares e o computador da sala para aprender! Até comentei com Sidney e Jouberth que todos os alunos estavam fazendo bastante esforço mental para aprender!

Depois de terem descoberto como concordar em inglês, eles tinham que aprender a ler anúncios de jornal. Para tanto, a mesma forma de estudar e aprender supracitada foi usada. Eu gostei muito dos resultados porque ao invés de eu estar no centro das atenções, eu e os monitores estávamos ao lado dos alunos, os ajudando sempre que éramos solicitados.

Como dever de casa, para que eles tivessem a chance de ler mais anúncios, coloquei um site de anúncios no grupo dos meus alunos no Facebook. Esse site chamado Craigslist é muito usado nos Estados Unidos e contém diversos tipos de anúncios.


Vocês podem ver exemplos de todos os tipos de anúncios aqui nesse site que é muito usado pelas pessoas que moram na cidade onde morei nos EUA: http://raleigh.craigslist.org/
Like ·  ·  ·  · 49 minutes ago near Belém

Aos poucos vou mudando a forma de trabalhar com meus alunos porque acredito que quanto mais esforço mental eles fazem para estudar e aprender, mas eles vão aprender. O que Prensky está me ensinando sobre os papéis de professores e alunos está me ajudando a refletir sobre minha prática docente para que meus alunos aprendam mais e melhor.

Você também dá oportunidades de seus alunos aprenderem assim também?

Até breve!






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